Independentemente do âmago, o rigor deve ser o mesmo

Fisiologicamente funcionamos de forma igual mas, quando há um desequilíbrio da nossa "máquina", o código de reparação é certamente bem diferente. Enquanto nutricionista esqueço parte da bibliografia que tanto usei num país desenvolvido e avanço para uma identificação detalhada de todas as ferramentas que me podem ser úteis aqui. Começo por conhecer bem todos os alimentos disponíveis e o seu valor nutricional, junto todo o conhecimento empírico dos locais, identifico os tratamentos disponíveis a nível dos cuidados de saúde e tento elaborar os meus próprios códigos. Faço-o com toda a cientificidade que me for possível. E aqui é que está a maior dificuldade do nutricionista que trabalha num país em desenvolvimento - é a curta obra bibliográfica, tudo aquilo que já foi feito e reportado especificamente para estas condições.

Se me perguntarem se é mais importante trabalhar aqui ou num país desenvolvido, a minha resposta é que é igual. Cada um com os seus problemas. Se me perguntarem onde é que é mais difícil trabalhar, então respondo que é aqui, onde há menos ferramentas. O que me move por cá não é a caridade. Também não é o sabor tropical do dia-a-dia. É essencialmente sentir que há menos remadores deste lado, que cada trabalho que eu e a meia dúzia (não mais) de nutricionistas fazemos aqui aproxima o conhecimento ao do "mundo desenvolvido".

Mais vezes este será tema neste blogue.

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